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Foto do escritorMário Bertini

A inteligência artificial e o cuidado em Saúde Mental

O uso de inteligência artificial nos cuidados em saúde mental tem ganhado destaque recentemente. Em minha prática clínica, percebo que o tema é cada vez mais recorrente tanto entre colegas quanto entre pacientes. A IA tem sido utilizada como uma forma de autocuidado, e, em alguns casos, até mesmo como substituto da busca por ajuda profissional.


Diante desse cenário, decidi explorar mais profundamente o assunto. Para isso, resolvi consultar a própria inteligência artificial e perguntei a ela: “Quais são as 10 principais questões que as pessoas costumam te fazer?” Veja a resposta interessante que obtive:



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Aqui estão 10 dos principais tipos de prompts que as pessoas costumam usar quando procuram ajuda psicológica, seja em consultas online, chats com inteligência artificial, ou até em fóruns de suporte emocional:


1. Ansiedade e Estresse: "Estou sentindo muita ansiedade ultimamente, como posso lidar com isso?"



2. Depressão e Tristeza Profunda: "Sinto que estou sempre triste e sem energia. O que devo fazer para melhorar?"



3. Relacionamentos Tóxicos ou Abusivos: "Como posso saber se estou em um relacionamento tóxico e o que fazer a respeito?"



4. Autoestima e Autoconfiança: "Tenho problemas com a minha autoestima e me sinto inferior. Como posso melhorar isso?"



5. Gerenciamento de Tempo e Procrastinação: "Não consigo ser produtivo e sempre procrastino. Existe alguma maneira de mudar isso?"



6. Crises Existenciais e Sentido de Vida: "Sinto que minha vida não tem propósito. Como posso encontrar sentido?"



7. Isolamento e Solidão: "Tenho me sentido muito solitário ultimamente. Como posso lidar com isso?"



8. Controle Emocional: "Tenho dificuldade em controlar minhas emoções e reajo de forma impulsiva. Como posso aprender a lidar com isso?"



9. Traumas e Experiências Passadas: "Tive experiências traumáticas e ainda sinto que elas me afetam. Como posso superar isso?"



10. Dependência Emocional e Apego: "Sou muito dependente dos outros para me sentir bem. Como posso ser mais autossuficiente?"




Esses prompts revelam preocupações comuns sobre questões emocionais e psicológicas que muitos enfrentam, seja por desafios pessoais, demandas sociais, ou problemas relacionados à saúde mental.


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Beleza! Então, com base nessas informações, decidi escrever quais seriam as respostas a essas perguntas, e como seriam trabalhadas essas questões, por um psicanalista relacional. Vamos lá, conferir o que a Psicanálise Relacional tem a oferecer?

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Na jornada da saúde mental, muitos de nós trazemos perguntas profundas, dores antigas e desafios que parecem não ter solução. Talvez seja a ansiedade que nos paralisa, a sensação de tristeza que se torna um peso, ou relacionamentos que nos desgastam e deixam marcas difíceis de apagar. A psicanálise relacional surge como uma resposta a essas inquietações, oferecendo um caminho de cura através do relacionamento com uma pessoa real: o analista relacional.


Na prática, essa abordagem entende que nossos problemas emocionais não surgem isolados, mas são fruto das relações que vivemos ao longo da vida — tanto as que nos fortalecem quanto as que nos ferem. Assim, se a origem do sofrimento está nas relações, é também através de uma relação autêntica, dentro do setting terapêutico, que a transformação pode acontecer.


Considere, por exemplo, a ansiedade. Para a psicanálise relacional, esse sentimento muitas vezes reflete a experiência de viver em constante alerta, talvez devido a expectativas familiares ou padrões de aprovação que moldaram nossas vidas. Através do vínculo com o analista, é possível explorar e ressignificar essas tensões, compreendendo que a necessidade de agradar, de ser perfeito ou de se adequar pode ser relaxada. Na segurança de uma relação terapêutica genuína, aprendemos que o valor próprio não depende de ser constantemente aprovado.


Quando falamos em depressão, o cenário é semelhante. Sentimentos de desamparo e tristeza profunda geralmente encontram raízes em experiências de rejeição e desvalorização, memórias que carregamos e que nos tornam incapazes de acreditar na própria capacidade de superação. O analista relacional, então, torna-se alguém que oferece uma nova experiência de acolhimento. Na relação terapêutica, é possível começar a construir um novo sentido para a vida e resgatar a capacidade de se valorizar, de ser visto e aceito como se é.


Nos casos de relacionamentos tóxicos ou abusivos, a psicanálise relacional propõe que, ao reviver antigas dinâmicas familiares, repetimos padrões prejudiciais. É comum que a pessoa, sem saber, esteja seguindo roteiros emocionais que internalizou na infância. O terapeuta relacional pode ajudar o paciente a reconhecer esses padrões, a compreender como experiências antigas limitam sua capacidade de estabelecer limites, e a construir novas formas de se relacionar, mais saudáveis e baseadas no respeito mútuo.


Em situações de baixa autoestima, o trabalho relacional busca iluminar as críticas e expectativas que a pessoa internalizou ao longo dos anos. Muitas vezes, essas crenças foram reforçadas por figuras de autoridade que nunca permitiram que o paciente experimentasse o próprio valor. A relação com o analista se torna um espaço onde, talvez pela primeira vez, a pessoa possa se ver com novos olhos, sem a pressão de ser constantemente validada pelo outro. É, portanto, uma oportunidade de aprender a compaixão consigo mesmo.


O sentido da vida e a capacidade de lidar com crises existenciais também são tópicos importantes. Na psicanálise relacional, entendemos que muitas dessas crises decorrem de uma sensação de desconexão com o outro. Quando a pessoa perde o vínculo com seus desejos e necessidades genuínas, começa a buscar um sentido em padrões e valores externos, o que não supre uma satisfação real. A relação terapêutica permite que o paciente volte a explorar seus próprios desejos, ajudando-o a se reconectar com suas aspirações mais autênticas, desatreladas das expectativas dos outros.


Em casos de isolamento e solidão, a psicanálise relacional entende que a defesa contra o medo de rejeição e abandono muitas vezes leva a pessoa a evitar vínculos mais profundos. No consultório, o analista se torna um parceiro de jornada. Através dessa relação, o paciente começa a experimentar a confiança e a coragem para se abrir de forma genuína, aprendendo que ser vulnerável não significa, necessariamente, correr o risco de ser rejeitado.


Traumas e experiências passadas são outros temas centrais, e, no olhar relacional, o trauma é compreendido como uma quebra na experiência de segurança que o vínculo com o outro deveria proporcionar. Quando o analista cria um espaço seguro e respeitoso, o paciente pode revisitar suas feridas sem a pressão de se defender. A relação se torna uma fonte de força, na qual a pessoa consegue integrar experiências traumáticas e construir novas formas de se perceber.


Por fim, a dependência emocional e a dificuldade de controle emocional podem ser vistas como respostas naturais a padrões de apego ansiosos, que se formaram diante do medo de abandono. A psicanálise relacional ajuda o paciente a reconhecer que essa necessidade de aprovação é uma forma de compensar uma dor emocional anterior. A relação com o terapeuta é uma oportunidade de reconstruir um apego seguro, no qual a pessoa não precisa se definir pela aprovação dos outros, mas pode se reconhecer como completa em si mesma.


Para todos esses desafios, a relação terapêutica se torna indispensável. Não se trata de conselhos prontos ou de respostas imediatas, mas de viver uma experiência que cura. O vínculo com o analista relacional é como um espelho que nos permite ver quem realmente somos e, ao mesmo tempo, uma base de apoio que nos permite nos aventurar em novas formas de ser. Em um mundo onde frequentemente nos sentimos pressionados a resolver tudo sozinhos, a experiência de ser acompanhado por alguém que nos vê e nos compreende profundamente é uma verdadeira revolução para a saúde mental. É através desse vínculo, dessa confiança, que as mudanças se tornam possíveis, permitindo que cada um construa uma vida mais autêntica e plena.


No processo de cuidado não há substituto para o relacionamento com um ser humano presente, atento e amoroso. É nele e por meio dele que poderemos encontrar a paz pra sermos nós mesmos, apesar dos sofrimentos e dificuldades que a vida nos apresenta.


Espero que tenham gostado! Até a próxima!


Texto criado com auxílio de IA

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